- Vinicius Monteiro
Cam Crítica
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Esse texto pode conter possíveis SPOILERS
Crítica: Alice (Madeline Brewer) é uma ambiciosa jovem mulher que trabalha com pornografia de webcam. Quando uma misteriosa mulher idêntica a ela toma seu canal, ela se vê perdendo o controle sobre os limites que estabeleceu em relação a sua identidade online e os homens na sua vida.
Sinopse: A roteirista Isa Mazzei é uma ex profissional do sexo e conhece as complexidades envolvidas no que Alice lida com o público e o privado. Ela não escreve no pornô como um meio de infundir nudez nesse thriller nem simplesmente porque permite o eventual caso de identidade roubada. Está lá como qualquer outro trabalho on-line com um bônus adicional de possuir preconceitos para que possamos projetar. Essa verdade permite que Mazzei jogue com nossas expectativas e use personagens facilmente supostamente possuidores de motivos ocultos como pistas falsas ampliando o suspense efetivo. Isso nos permite ter empatia com Alice uma vez que aqueles destinados a proteger apenas o desdém da oferta.
Se a primeira metade de 'Cam' é agradavelmente episódica e puramente tensa, a segunda metade é inteligente, inventiva e maravilhosamente evocativa, uma espécie de 'Black Mirror'. 'Cam' também apresenta todos os riscos envolvidos no trabalho, seja o desejo de se perder para o fascínio de um maior sucesso, indo além de seus limites ou tendo sua identidade roubada a ponto de você se tornar o falso.
Uma das coisas mais interessantes e excitantes sobre Cam é como ela quebra tantas das regras mais básicas do gênero dos thriller de terror apenas por respeitar as mulheres que ela apresenta. É um filme sobre profissionais do sexo, e nenhum deles morre ou é estuprado.
Fazendo uso de recursos de seu orçamento obviamente modesto, 'Cam' possui alguns toques técnicos de alto calibre, particularmente a edição nervosa e propulsiva de Daniel Garber e o design de produção minuciosamente detalhado de Emma Rose Mead.
O elenco é realmente sólido e o roteiro dá espaço para compartilhar pequenos momentos juntos, tanto positivos quanto negativos, que parece que você raramente entra em filmes de terror convencionais. O relacionamento de Lola com o irmão dela é particularmente forte. Embora o par apenas compartilhe algumas cenas, há uma doçura na conexão e na honestidade que compartilham, o que torna ainda mais difícil assistir quando o impostor coloca tudo em risco.
O filme não é uma história sobre sexo comercializado. Ele extrai seu poder perturbador de uma fobia mais universal do século 21: nosso medo existencial de ser trancado para fora do mundo virtual por trás do espelho. 'Cam' tem a brilhante audácia de argumentar que a internet não é sobre conectar pessoas.
Nota: 7