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  • Vinicius Monteiro

Asas Crítica

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Esse texto pode conter possíveis SPOILERS

 

Sinopse: Jack Powell (Charles Rogers) e David Armstrong (Richard Arlen) são dois homens que vivem numa mesma cidadezinha americana e se tornam rivais quando passam a disputar o  amor da mesma mulher, a bela Sylvia Lewis (Jobyna Ralston). O que Jack não sabia era que a inocente Mary Preston, uma moça para quem ele nunca deu muita atenção, está perdidamente apaixonada por ele. Os dois se alistam no serviço militar e se tornam aviadores durante a Primeira Guerra Mundial, tendo que combater os alemães na França. Disposta a ajudar Jack, Mary decide arriscar sua vida e sua carreira como enfermeira viajando para a Europa em busca de seu amado.

 

Crítica: Por muitos anos, 'Asas' foi considerado um filme perdido (um destino compartilhado por um grande número de filmes mudos) até que uma cópia foi encontrada em Paris. Foi duplicado e preservado, garantindo sua disponibilidade contínua.

 

“Asas” foi um dos espetáculos épicos do final da era do cinema mudo. Uma combinação de aventura e romance que levou o espectador apenas dez anos atrás, na época, o evento mais importante e traumático do novo século: a Primeira Guerra Mundial. 'The Jazz Singer' estava pronto e chegaria menos de três meses depois, inaugurando a era dos filmes falados.

 

Se não fosse pelo prestígio do prêmio Oscar, 'Asas' poderia ser um filme esquecido. É certo que esse filme não envelheceu tão bem quanto muitos de seus contemporâneos, mas não é difícil entender por que ele ganhou o prêmio. Não só é visualmente deslumbrante, mas a história termina com uma nota de ironia amarga que ressalta a loucura da guerra.

 

Duas grandes produções de estúdio anteriores, “Big Parade” e “What Price Glory” já haviam iniciado o processo de romantizar e recuperar a experiência traumática da Grande Guerra. Mas eram filmes sobre soldados de infantaria, enquanto 'Asas'  era sobre a guerra no ar, um assunto que literalmente exigia uma nova perspectiva.

 

Na época em que 'Asas' foi produzido, o conceito de viagem aérea era considerado glamoroso, aventureiro e um pouco perigoso. Afinal, o primeiro voo transatlântico não ocorreu até 1919 e a viagem histórica de Lindbergh de Nova York a Paris não ocorreu até alguns meses antes do lançamento teatral de 'Asas'. O diretor William A. Wellman e os roteiristas Hope Loring e Louis Lighton - reconheceram já em 1927 que o fascínio do mundo por essa nova forma de viagem seria um excelente cenário para um filme.

 

Hoje, as sequências de voo em 'Asas' seriam executadas usando técnicas digitais; nos anos 30 e 40, eles teriam sido criados com uma combinação de miniaturas, retroprojeção e impressão ótica. Mas em 1927 a única maneira de capturar esses efeitos era realizá-los na frente de câmeras ao vivo.

 

Como os aviões eram pequenos demais para acomodar um ator, um piloto, um cinegrafista e uma câmera, Harry Perry, o diretor de fotografia, encontrou uma maneira de montar uma câmera na cabine dianteira para que pudesse ser operada do assento do piloto. Os close-ups de Arlen (que aprendeu a voar no Canadian Royal Flying Corps), Rogers (que aprendeu a voar durante a produção) são emocionantes.

 

Uma das razões pelas quais a narrativa pode desanimar é porque aspectos da trama foram regurgitados ao longo dos anos. Pouco sobre 'Asas' era novo e original quando o filme foi lançado em 1927, mas os mais de 80 anos que se seguiram transformaram aspectos do enredo em clichês.

 

Apesar de ser relegada ao papel de "interesse amoroso", Clara Bow obtém o maior faturamento. Em 1927, ela era a "It Girl", a atriz do momento. As feministas não vão gostar muito de sua personagem no filme, a Mary Preston se alista no exercício e sofre um bocado, só para estar no mesmo lugar que seu grande amor, que não dá a mínima para ela.

 

O núcleo emocional de 'Asas' é o relacionamento entre os personagens de Arlen e Rogers. O relacionamento deles inclui algumas cenas surpreendentemente ternas de afeto físico, alguns até acreditam que os personagens retratam um relacionamento amoroso. Wellman, que incluiria cenas semelhantes, embora menos explícitas, em filmes posteriores, coloca todo o peso dramático do filme por trás da amizade desses dois personagens.

 

E não é só o relacionamento que trás uma certa inovação ao filme. “Asas” traz nudes para a telona, que inclui uma breve tomada dos seios de Clara Bow e algumas nádegas masculinas. Algo aceitável para os padrões de hoje, mas quase escandalosas em 1927.

 

Quando a Academia concedeu o seu primeiro prêmio da história de Melhor Filme a 'Asas', ela estava fazendo uma declaração sobre o escopo do filme e sua capacidade de combinar elementos artísticos com os do entretenimento popular. Deixando de lado as óbvias considerações técnicas, 'Asas' é uma mistura de melodrama, romance sentimental e comédia sátira, um filme que não deve ser esquecido.

 

Nota: 10



estante do vini

Olá! Meu nome é Vinicius Monteiro e criei esse espaço para dividir e conversar sobre as coisas que eu gosto. Eu sou leitor, amo cinema, adoro maratonar séries e um pouco otaku.

 

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