- Vinicius Monteiro
Roma Crítica
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Esse texto pode conter possíveis SPOILERS
Sinopse: Cidade do México, 1970. A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher (Yalitza Aparicio), que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais.
Crítica: A Netflix foi quase que uma heroína trazendo esse filme ao alcance de qualquer pessoa, uma pena que não vamos conseguir assisti-lo em uma tela de cinema, que é o seu verdadeiro lugar. O suntuoso filme, baseado na própria infância de Cuarón, reverbera não só com a inocência, mas com a terrível intuição de seu colapso.
'Roma' é em preto e branco, e a estrela, Yalitza Aparicio, nunca atuou antes. A maior parte da história se passa em Roma, um subúrbio agradável da Cidade do México, entre 1970 e 1971. O filme anterior custou cem milhões de dólares, 'Roma' supostamente, um décimo dessa soma. Um filme que grita contra o que mais rende aos estúdios de cinema hoje, super caros, cheio de efeitos especiais e por aí vai. 'Roma' venho para nos lembrar o que é fazer arte.
Cuarón mostrou grande versatilidade e visão com seus filmes. Em 'Roma', ele nos dá uma peça profundamente pessoal do período da década de 1970 inspirada em sua própria infância no México, ainda assim há uma universalidade nos personagens e suas histórias, seus triunfos e tragédias. É incrível a rapidez com que conhecemos os principais atores e quão profundamente nos apegamos às suas histórias.
'Roma' move-se em um ritmo deliberado, dando-nos as medidas certas de tempo e espaço para absorver as sutis e não tão sutis diferenças de classe entre a ajuda doméstica e seus empregadores, mas também o laço cada vez mais forte entre Cleo e Sofia. especialmente depois que ambos passam por alguns testes comoventes. São mulheres fortes e engenhosas que se apaixonam por homens fracos e egoístas.
A arte de Cuarón produz um filme com a autenticidade de um documentário, mas também a poesia inebriante e lírica das memórias filtradas através de um sonho perfeito. Às vezes vamos ao cinema e somos recompensados com uma obra-prima, 'Roma' é persuasivo em sua beleza, isso te conquista. 'Roma' é artístico e bonito, mas também um pouco como sentar em um sofá enquanto Cuarón folheia os álbuns de fotos da família, nunca narrando ou exagerando em explicar qualquer momento ou imagem.
Nota: 10