Vinicius Monteiro
Duna Parte Um Crítica
Esse texto pode conter possíveis SPOILERS
Sinopse: O Duque Leto Atreides administra o planeta desértico Arrakis, também conhecido como Duna, lugar de única fonte da substância rara chamada de "melange", usada para estender a vida humana, chegar à velocidade da luz e garantir poderes sobrehumanos. Para isso ele manda seu filho, Paul Atreides e seus servos, e concubina Lady Jessica, que também é uma Bene Gesserit. Porém, uma traição amarga pela posse da melange faz com que Paul e Jessica fujam para os Fremen, nativos do planeta que vivem nos cantos mais longes do deserto.
Crítica: Quando Denis Villeneuve assinou contrato para dirigir uma versão do clássico romance de ficção científica de Frank Herbert, ele sem dúvida estava ciente da longa e muitas vezes torturada história do livro em Hollywood. Poderia Villeneuve, finalmente, fazer justiça ao conto de Paul Atreides? Não exatamente. Apesar de todas as suas imagens incríveis e boas interpretações, esta versão de 'Duna' não se aglutina totalmente.
Denis Villeneuve e seus co-roteiristas Jon Spaihts e Eric Roth tomaram a decisão aparentemente sensata de dividir o romance em dois filmes separados. O resultado dessa divisão não é apenas uma licença para permitir que muitos dos momentos menores do livro ou personagens secundários respirem, mas também para ser mais devoto ao trabalho do autor Herbert.
O elenco é sólido e cheio de rostos familiares oferecendo boas interpretações. A escalação de atores carismáticos como Momoa e Brolin ajuda a trazer humor ao filme, aqui o roteiro soube se beneficiar do carisma desses atores para trazer um pouco mais de calor e emoção ao longa.
Denis Villeneuve mais uma vez apresenta o feito mais consistente e impressionante de seus filmes: o design. Do fascínio imponente e anônimo das mulheres da Bene Gesserit, às vastas e variadas paisagens, estranhos espaços e aeronaves, à pura emoção de assistir coisas gigantes explodirem ou até mesmo a própria especiaria enquanto brilha na superfície de Arrakis, nenhum detalhe é poupado para nos imergir neste mundo fantástico.
Sabemos que o que funciona em um romance literário pode não funcionar em forma de filme e vice-versa, é o maior erro de Villeneuve com 'Duna: Parte Um', é que no ato dois tudo parece disforme e trabalhoso, como se o filme não fosse bem saber como ou onde termina. A história perde o pulso e o sentido de que estamos emocionalmente investidos nele.
'Duna: Parte Um' é um triunfo no que diz respeito a seus visuais e som, mas há uma falta de forma na última parte do filme que o arrasta para baixo e o desvia de sua beleza.
Nota: 7
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