Vinicius Monteiro
Godzilla II: Rei dos Monstros Crítica
Uma Batalha Épica Entorpecida por um Roteiro Fraco.
Esse texto pode conter possíveis SPOILERS.
Sinopse: Cinco anos após os eventos de "Godzilla" (2014), a agência Monarch continua a estudar os monstros gigantes que coexistem com a humanidade. Quando antigas criaturas lendárias despertam, incluindo Mothra, Rodan e o temível King Ghidorah, elas disputam a supremacia, colocando em risco a própria existência da humanidade. Em meio ao caos, a agência Monarch precisa lidar com as consequências da volta desses titãs e tentar entender seus objetivos. A humanidade se encontra em uma batalha épica pela sobrevivência, com Godzilla como a única esperança de conter a fúria dos monstros e restaurar o equilíbrio do planeta.
Crítica: É inegável o fascínio de assistir a titãs colossais se chocando em batalhas épicas. "Godzilla II: Rei dos Monstros” entrega isso de bandeja, superando seu antecessor em tempo de tela e variedade de criaturas. Arranha-céus desmoronando sob o peso de seus golpes e socos colossais no meio do oceano garantem momentos de pura adrenalina e êxtase visual.
No entanto, essa overdose de ação acaba se tornando maçante. A repetição constante de lutas sem pausas transforma o espetáculo em algo previsível e cansativo. A sensação é de que estamos assistindo à mesma cena repetidamente, sem nenhuma evolução ou clímax que realmente empolgue.
A escolha de ambientar quase todas as batalhas em noites chuvosas levanta suspeitas. Essa tática, comum em filmes de grande orçamento, pode ser usada para mascarar efeitos visuais imperfeitos e reduzir custos de produção. O resultado é um filme constantemente encoberto por névoa e escuridão, dificultando a apreciação dos detalhes e criando uma sensação artificial.
Em meio ao caos titânico, uma multidão de personagens humanos tenta se destacar, sem muito sucesso. O roteiro fraco os transforma em meras marionetes, recitando diálogos clichês e expositivos para explicar o enredo e suas motivações. Qualquer tentativa de aprofundar a personalidade dos personagens é rapidamente abandonada, resultando em figuras superficiais e inconsistentes que não despertam empatia ou interesse no público.
"Godzilla II: Rei dos Monstros" acerta ao tratar seus monstros como algo mais do que simples feras destruidoras. Cada titã possui personalidade e propósito próprios, transbordando em grandiosidade e poder. É uma pena que essa riqueza visual não seja acompanhada por uma narrativa igualmente inspirada.
O roteiro confuso e sem sentido, somado à repetição exaustiva de lutas, transforma o filme em uma experiência cansativa e frustrante. Até mesmo o próprio Godzilla parece entediado com a história que o cerca.
Conclusão: "Godzilla II: Rei dos Monstros" oferece um banquete visual de proporções épicas, mas falha em entregar uma experiência cinematográfica completa. A monotonia das lutas, a obscuridade constante e a falta de um roteiro envolvente transformam o que poderia ser um épico memorável em um filme esquecível.
Nota: 5
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