Lana Bastašić rompe relações com editora em protesto contra crise humanitária em Gaza

Lana Bastašić, de 37 anos, que venceu o prémio europeu de literatura de 2020 pelo seu romance de estreia, "Catch the Rabbit", publicou eu seu Instagram que era seu "dever moral e ético rescindir os meus contratos" com a editora S. Fischer, citando o seu fracasso "em ser vocal sobre o genocídio em curso em Gaza", bem como a "censura" de vozes pró-palestinianas na Alemanha. A premiada romancista bósnia e sérvia cortou relações com sua editora alemã em protesto contra o que ela descreve como seu silêncio sobre a crise humanitária em Gaza.

Fundada em 1886 pelo publicitário judeu Samuel von Fischer, a editora S. Fischer afirma sua intenção de "enfrentar novas formas de pensamento e ação antissemitas e racistas [...] especialmente após o massacre do Hamas em 7 de outubro de 2023". Um porta-voz da S. Fischer confirmou que Lana Bastašić rescindiu seu contrato em dezembro e que o contrato que ela havia rescindido era para seu próximo romance, que ainda está em processo de ser escrito.

O governo da Alemanha tem sido um dos aliados de Israel desde a recente escalada do conflito no Oriente Médio. Esta posição revelou-se particularmente divisiva no sector cultural alemão. Uma das causas por trás das recentes críticas à censura na Alemanha é uma nova "cláusula antidiscriminação" que deve ser assinada pelos candidatos para obter financiamento cultural de Berlim. Anunciada pelo senador da Cultura da capital alemã, Joe Chialo, no início do ano, a cláusula visa garantir que "nenhuma expressão racista, antissemita, queerfóbica ou discriminatória seja apoiada com fundos públicos".

Muitas figuras do mundo da arte criticaram a cláusula por se basear na controversa definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, dizendo que teria um efeito sufocante sobre as críticas legítimas às ações de Israel.

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