- Vinicius Monteiro
Morte no Nilo Crítica
Esse texto pode conter possíveis SPOILERS.
Sinopse: Durante sua viagem de lua de mel pelo rio Nilo, o casal Linnet Ridgeway (Gal Gadot) e Simon Doyle (Armie Hammer), convidaram os entes mais queridos para embarcar no barco Karvak e celebrar a união do casal. Porém a rica herdeira é misteriosamente morta de noite e por quase todos os passageiros têm motivos para matá-la. Mas um dos convidados, por coincidência, é o mais famoso detetive do mundo, Hércules Poirot, que começa a investigar o caso. Enquanto as investigações têm início no próprio barco, novas mortes acontecem com o intuito de encobrir a verdade e o caso acaba sendo mais difícil de se solucionar a cada tempo que passa. Situado em uma paisagem épica de vistas panorâmicas do deserto egípcio e das majestosas pirâmides de Gizé, este conto de paixão desenfreada e ciúme incapacitante apresenta um grupo cosmopolita de viajantes impecavelmente vestidos entre voltas e reviravoltas.
Crítica: A visão exuberante de Kenneth Branagh sobre um material fraco é ótima. "Morte no Nilo" é ágil e consegue dar vida e espaço aos suspeitos de Agatha Christie. Linhas exageradas e bobas às vezes distraem diante de um vasto cenário falso de CGI, ainda assim, o filme te deixa preso à mecânica do mistério.
"Morte no Nilo" é dirigido por Kenneth Branagh a partir de um roteiro de Michael Green, baseado no romance homônimo de 1937 de Agatha Christie, e a segunda adaptação para as telonas do romance de Christie, após o filme de 1978. O filme serve também como uma sequência para "Assassinato no Expresso do Oriente" de 2017. O longa-metragem é estrelado por Branagh e Tom Bateman reprisando seus papéis como Hercule Poirot e Bouc, respectivamente, ao lado de Annette Bening, Russell Brand, Ali Fazal, Dawn French, Gal Gadot, Armie Hammer, Rose Leslie, Emma Mackey, Sophie Okonedo, Jennifer Saunders e Letitia Wright. O thriller foi adiado várias vezes por causa da COVID-19, bem como alegações de estupro e comportamento abusivo contra o ator Armie Hammer.
Enquanto eles flutuam rio abaixo, "Morte no Nilo" leva um tempo montando os vários personagens, provocando possíveis motivos e enviando suas câmeras circulando ao redor do Karnak em floreios inúteis. Uma vez que há um novo corpo e um crime para desvendar, o filme se estabelece. Uma vantagem do mistério desse assassinato é como ele pode isolar cada ator em um conjunto e dar-lhes a chance de florescer.
Há uma série de personagens peculiares, de uma viúva socialista interpretada por Jennifer Saunders a um médico interpretado por Russell Brand até a sensual cantora de blues Sophie Okonedo. A maioria dos atores está fazendo algum tipo de sotaque maluco. Os atores talentosos contratados fazem o seu melhor no pouco espaço que lhe deram.
O mistério e suspense poderiam ter ganhado mais vida se grande parte do filme não tivesse sido filmado em estúdio contra tela verde. Assim como em "Assassinato no Expresso do Oriente", tudo em "Morte no Nilo" parece angustiantemente sintético e extremamente reluzente digitalmente. O que deveria ter sido uma boa chance de oferecer um bom turismo, em vez disso, a experiência dessa viagem a é oferecida sobre o severo brilho de um céu artificial.
A maior parte de "Morte no Nilo" é um procedimento arrogante que gasta muito tempo em configurações tediosas e não o suficiente nos prazeres da perspicaz destreza analítica de Poirot. Há pouco suspense no filme, talvez porque nada nele pareça real o suficiente para se preocupar. O filme é uma melhoria notável em relação ao habitual mistério de Christie, mas não fará todo mundo flutuar por esse Nilo.
Nota: 5