O Pintor Crítica

Esse texto pode conter possíveis SPOILERS.

Sinopse: Car Nargle é o primeiro pintor de televisão pública de Vermont. Porém, quando um jovem artista em ascensão ameaça roubar a fama de Carl, ele decide fazer o que for preciso para se manter em seu lugar e continuar sendo o centro das atenções.

Crítica: O que o futuro poderia reservar para um artista se ele se sentisse confortável demais com o sucesso? Se eles permaneceram naquele lugar confortável de glória, mas os tempos passaram rápido sem eles? Essas são as considerações pesadas no coração de 'O Pintor', uma comédia leve que infelizmente não abrange nem as questões valiosas que cercam sua premissa central nem o potencial de humor negro da história.

'O Pintor' não é realmente uma cinebiografia de Bob Ross. O pintor de TV baseado em Vermont Carl Nargle (Wilson), pode compartilhar o penteado esférico do verdadeiro Bob Ross e o comportamento hippie gentil, mas o diretor Brit McAdamsusa Ross como um modelo estilístico, uma ideia de um tipo de cara sobre o qual pode ser engraçado escrever um filme.

Esse pode ser um dos principais problemas de 'O Pintor', um filme que calcula mal a afeição do público por Owen Wilson e a familiaridade com Bob Ross de forma tão significativa que nunca tenta construir o personagem principal, Car Nargle, como uma personalidade real.

'O Pintor' entregou prazeres visuais com todas as suas cores de outono. A cinematografia de Patrick Cady captura esses elementos calorosamente, enquanto o design de produção de Todd Jeffery e os figurinos de Allison Pearce não mostram as restrições de um orçamento apertado ao representar um lugar atemporal que parece um agradável cartão postal vintage.

Esse filme Netflix tenta ter um coração o tempo todo, com seu diálogo caprichoso sobre o que mais importa na vida e o que faz um artista. Eu sei que a proposta desse longa-metragem era ser engraçado, mas o filme está enterrado sob tantas camadas de estranheza zombeteira que é impossível encontrar a graça aqui.

Nota: 5