google.com, pub-4979583935785984, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Sede de Escândalo Crítica
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  • Vinicius Monteiro

Sede de Escândalo Crítica

Sede de Escândalo Crítica

Esse texto pode conter possíveis SPOILERS.

 

Sinopse: Instado pelas instâncias superiores a aumentar a circulação de jornal em decadência, o editor resolve desenterrar um caso de assassinato acontecido décadas antes, já julgado e encerrado. Para isso, ele destaca um repórter mau caráter que, ao se intrometer na vida dos envolvidos com mentiras e dissimulações, acaba por provocar uma tragédia.

 

Crítica: Muito elogiado em sua época como um ataque mordaz ao jornalismo, 'Sede de Escândalo' é a entrada inicial no ciclo de "protesto social" da Warner que não foi tão bem quanto o de Hecht-Milestone, muito menos solene e hipócrita com 'A Primeira Página'. Os jornais são um bando de bandidos para 'Sede de Escândalo', que vemos demonstrado enquanto brincam de forma imprudente com vidas.

 

Nascendo na era pré-código, 'Sede de Escândalo' ainda sim, está repleto de diálogos salgados com repórteres, simpatia por criminosos e alusões a estupro, adultério e suicídio, isso é irônico, já que a degradação moral que o código visava deter na indústria do cinema é paralela à degradação dos padrões da mídia noticiosa atacada na peça de Weitzenkorn e no filme de Mervyn LeRoy.

 

'Sede de Escândalo' é talvez o mais sombrio no ciclo de filmes com temática jornalística produzidos em Hollywood durante o início dos anos 1930. Vinte anos atrás, Nancy Voorhees era uma estenógrafa engravidada por seu chefe e absolvida por um júri depois de matá-lo com um tiro. Hoje ela é Nancy Townsend, não mais uma mãe solteira, antecipando o casamento iminente de sua própria filha e profundamente apaixonada por seu marido, o padrasto de Jenny, Michael (HB Warner). Mas ela percebe corretamente que sua vida construída está à beira de ser destruída.

 

O diretor Mervyn LeRoy faz algumas coisas inteligentes com a história de Nancy, mantendo a personagem presa em seu apartamento durante a maioria de seus problemas. Ele também usa a grande janela da sala de estar como um dispositivo de enquadramento, reforçando que não apenas os jornais são espiões voyeurísticos, mas que nós, o público, também estamos dando uma espiada. Isso muda para uma porta mais tarde, à medida que o assédio que o Gazette oferece a leva a ações desesperadas.

 

Enquanto a vida de Nancy Voorhee entra em colapso, eles ignoram seus apelos enquanto os jornais continuam a voar das prateleiras. Uma cena notável mostra Nancy ligando para o jornal, implorando para falar com qualquer pessoa para que ela possa implorar para que acabem com esse tormento. Usando uma tela dividida, observamos Nancy ficar presa entre os vários funcionários que fazem seus negócios normalmente e, coletivamente, tentam ignorar sua ligação, esperando que ela vá embora.

 

O personagem central, um autodestrutivo editor de um tablóide chamado Randall (Edward G. Robinson), produz tanto entusiasmo por uma missão de desenterrar o caso de Nancy Voorhees para um serial de sucesso infalível que ele a destrói no processo. Cada cena com Robinson brilha, a raiva misteriosa que ele exibe simplesmente estrala. Poucos atores podem fazer a raiva parecer tão aterrorizante quanto Edward G. Robinson.

 

Os detalhes técnicos do filme também são sólidos. 'Sede de Escândalo' não faz uso de uma trilha sonora, em vez disso forrando seu início com gritos de Extra e os zumbidos sinistros de uma impressora. Também passamos cerca de dez minutos do filme antes de Randall chegar, embora seja certamente uma metáfora nada sutil, começar com ele lavando as mãos compulsivamente rapidamente nos permite saber em que estamos nos metendo.

 

'Sede de Escândalo' aborda um dos dois principais objetivos do jornalismo: elevar o discurso público e ganhar dinheiro. As preocupações deste último, infelizmente, muitas vezes superam as do primeiro.

 

Nota: 9



estante do vini

Olá! Meu nome é Vinicius Monteiro e criei esse espaço para dividir e conversar sobre as coisas que eu gosto. Eu sou leitor, amo cinema, adoro maratonar séries e um pouco otaku.

 

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